O processo natural de remodelação óssea ocorre através de atividades celulares, mediada principalmente por osteoblastos e osteoclastos. A interrupção desse processo pode levar a ocorrência de alterações como a osteonecrose. A osteonecrose é causada por diversos fatores, dentre eles locais e sistêmicos, destacando-se o uso de medicamentos e radioterapia. A osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos (ONB) é caracterizada pela presença de um osso necrótico exposto na cavidade bucal, por mais de 8 semanas, em pacientes tratados com este medicamento, sem o histórico de terem sido submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço. Já osteorradionecrose (ORN), em conseqüência da radioterapia para tratamento de neoplasias malignas, reduz o potencial de vascularização do tecido ósseo, afetando a atividade celular, a formação de colágeno e a capacidade de reparo do tecido, podendo levar à necrose. A ONB e ONR apresentam como principais sinais e sintomas: dor intensa, edema, parestesia, infecções, ulceração dos tecidos moles e alterações radiográficas. Por apresentarem características semelhantes, clinicamente a diferenciação entre a ONB e ORN se dá apenas pela história de uso ou não de bisfosfonatos. Este trabalho teve como objetivo abordar um caso sem precedentes, em que descreveu-se a recidiva de uma osteonecrose mandibular, após o debridamento cirúrgico e a infusão de PRP, em uma paciente que posteriormente foi submetida à radioterapia de cabeça e pescoço para tratamento de um caso de reincidência de um mieloma múltiplo (MM).