Foi feito um levantamento epidemiológico buscando identificar, classificar e quantificar as patologias presentes na estrutura da língua dos pacientes atendidos no Serviço de Estomatologia e Prevenção do Câncer do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), contemplando um período de 35 anos. Método: estudo retrospectivo, executado a partir da análise de 5928 prontuários onde constavam lesões de língua. Resultados: encontrou-se uma gama variada de patologias, totalizando 7862 lesões localizadas na região, sendo estas classificadas em 14 grupos distintos. As lesões específicas da língua foram as mais frequentes, sendo a língua saburrosa a enfermidade com a maior casuística. A hiperplasia da mucosa, glossite rômbica mediana, hemangioma e carcinoma espinocelular somaram o maior número de casos respectivamente nos grupos de lesões traumáticas, infecções fúngicas, neoplasias benignas e malignas. O carcinoma espinocelular, tumor maligno mais prevalente na boca, comprometeu principalmente o bordo posterior da língua, preferentemente acometendo homens acima de 40 anos. Conclusão: a identificação de diversas lesões favorece o estabelecimento do diagnóstico precoce bem como o tratamento das enfermidades presentes e reforça a importância do exame sistemático desta área anatômica, no dia a dia do cirurgião-dentista.