Mesmo diante da valorização dos princípios estéticos e mecânicos dos materiais restauradores, os fatores biológicos são de extrema importância para a manutenção da vitalidade do complexo dentino-pulpar e devem ser levados em consideração para se obter o sucesso dos procedimentos clínicos. A dentina e tecido pulpar estão susceptíveis a diversos tipos de agressores que vão desde toxinas derivadas de microrganismos até aqueles originados por preparos cavitários erroneamente executados e materiais dentários tóxicos. Inicialmente, a polpa reage desencadeando um processo inflamatório que envolve fluido dentinário, odontoblastos, células do sistema imune e suas citocinas inflamatórias, além de neuropeptídeos e quimiocinas. Posteriormente poderá ocorrer resolução do quadro inflamatório, esclerose dentinária associada ou não a formação de dentina reacional ou reparadora. Caso a agressão seja de alta intensidade ou persista por um período longo, poderá ocorrer morte dos odontoblastos com consequente envelhecimento pulpar ou até mesmo necrose desse tecido conjuntivo especializado. Sendo assim, é de extrema importância o conhecimento dos aspectos fisiológicos e patológicos da polpa dentária assim como das conseqüências das intervenções realizadas diariamente na clínica. Dessa forma, o profissional poderá executar uma técnica operatória minimamente agressiva e selecionar materiais dentários adequados para serem utilizados dentro de cada situação clínica específica, visando à manutenção da integridade do complexo dentino-pulpar.