O objetivo deste artigo é relatar um caso clínico de manejo da cárie dentária e do comportamento infantil no cenário da pandemia de COVID-19. Um menino, sete anos, se queixou de cárie e ausência de colaboração durante atendimentos anteriores devido ao medo/ansiedade. No exame clínico foram observadas lesões cariosas cavitadas (dentes 51, 55, 61, 63, 64, 73, 74, 83, 85) e/ou destruição coronária (54, 75 e 84). Propôs-se a restauração das lesões sem envolvimento pulpar usando-se a técnica de tratamento restaurador atraumático para preservar a estrutura dentária e reduzir a produção de aerossóis; e exodontia nos casos de extensa destruição coronária. Para reduzir o medo/ansiedade infantil, foram usadas técnicas básicas de manejo do comportamento infantil. Ansiedade e comportamento foram avaliados usando-se escalas para permitir a avaliação da eficiência das técnicas de manejo. As medidas de segurança foram explicadas à criança (uso de protetor facial, distanciamento na sala de espera, presença de apenas um acompanhante). Realizou-se remoção seletiva do tecido cariado e restauração com cimento de ionômero de vidro nos dentes 63, 64, 73, 74, 83, 85. Nestes procedimentos, a criança teve comportamento colaborador. Os dentes 75 e 84 foram extraídos sob estabilização protetora devido ao comportamento não colaborador. Ao final, a criança foi encaminhada para acompanhamento ortodôntico. Observou-se redução da ansiedade, melhora do comportamento e controle da doença cárie. As técnicas minimamente invasivas são uma opção para o manejo da cárie dentária. Para reduzir o medo/ansiedade infantil recomenda-se o uso de técnicas básicas de manejo de comportamento.