A Cárie na Primeira Infância (CPI), doença oportunista de natureza aguda, progressão rápida e etiologia multifatorial. É um problema de saúde pública que pode provocar severas consequências se não diagnosticada e tratada precocemente. A CPI está associada às condições socioeconômicas, culturais e sociais dos indivíduos. Diante disso, este artigo objetiva relatar dois casos clínicos de pacientes do sexo masculino, um de três anos de idade com bom comportamento frente ao tratamento odontológico e outro de cinco anos com comportamento aversivo, diagnosticados com CPI. Ambos apresentaram lesões cariosas nos dentes decíduos, comprometimento estético e sem sintomatologia. Os pacientes e seus responsáveis receberam orientações de higiene e dieta. Devido ao comportamento diferenciado dos pacientes, os planos de tratamento foram individualizados. Para o paciente não colaborativo, optou-se pelo uso de cariostático, material estabilizador da cárie à base de diamino fluoreto de prata sem necessidade de intervenção invasiva. Quanto ao paciente colaborativo, optou-se pela remoção seletiva do tecido contaminado e restauração com ionômero de vidro modificado por resina e assim reduzir os riscos à atividade de cárie. Conclui-se que para determinação do plano de tratamento e na escolha do material para os casos de CPI deve se levar em consideração não somente as lesões de cárie presentes, mas também o comportamento do paciente no ambiente odontológico e a filosofia de tratamento terapêutico. É importante ressaltar que a promoção de saúde e prevenção, além do diagnóstico precoce, são fatores positivos para a redução da prevalência e intervenções complexas na CPI, como mostrado nos casos clínicos relatados.